Menos de um mês para a Universíade de Inverno Lucerna 2021 e nós já estamos na torcida pelos atletas brasileiros que representarão nossa bandeira! Ao longo das próximas semanas conhecermos em detalhe a trajetória deles até chegar na competição, e como é praticar um esporte de inverno em um país tropical como o Brasil. Nessa sexta-feira conheceremos um pouco mais da Ana Carla Decottignies: carioca de 21 anos que compete na patinação artística no gelo. Confere só:
Confederação Brasileira do Desporto Universitário: Como você começou na patinação?
Ana Carla: Eu comecei na patinação depois de ver as Olimpíadas de inverno de 2010, e aí eu comecei os treinos e fui aprimorando a técnica, fui amando, fui me apaixonando. Eu comecei a patinar no Rio, e hoje eu estou praticamente em São Paulo. Tem uns 2 anos que abriu essa arena aqui e eu falei “Mãe, eu preciso patinar em uma pista maior”, porque antes era numa pista de shopping, a gente fazia milagres. Eu estou patinando aqui na arena, todos os dias, e está sendo uma nova realidade para mim, porque é maior, tem mais espaço para desenvolver, tem mais tecnologia, mais acesso, mais tudo. É a maior que a gente tem no Brasil, então tem que aproveitar. E minha meta é as Olimpíadas, e eu já estou a um passo. A Universíade para mim, na minha visão, é um pré-requisito. É uma vivência como se fosse uma Olimpíada, porque tem todos os alojamentos, toda a estrutura, como uma Olimpíada. Eu chamo de mini Olimpíada.
CBDU: O Brasil é um país tropical, sem neve, sem gelo e onde a patinação não é um esporte tão comum. Os desafios para a prática da modalidade devem ser diários. Tem algum momento específico da sua trajetória, de conquista ou superação, que te é marcante?
AC: Teve um que eu fiquei bem feliz! Eu já fui para uma Universíade, a de 2019 na Rússia, e eu fui depois de alguns anos que uma professora do Rio tinha ido, em 2007, e eu fiquei bem feliz porque e consegui alcançar o índice – porque é por índice, não é por escolha –, então eu fui uma das primeiras a abrir essa porta para o Brasil, o que para mim é uma grande realização. Tanto para mim como para os jovens que vão vir na patinação, então foi maravilhoso.
CBDU: Em relação a faculdade, como você concilia os treinos e os estudos?
AC: Eu faço Psicologia no Instituto de Medicina e Reabilitação (IBMR), no Rio de Janeiro, mas por conta da pandemia as aulas estão a online e assim eu consigo usar essa flexibilidade para treinar em São Paulo, então fica mais fácil. Meu turno é de manhã, então eu vejo e participo das aulas e treino depois. Faltam 2 anos para eu acabar o curso, e eu sempre tento ir para essa parte esportiva, psicologia esportiva e etc. Como eu faço esporte desde pequena, tenho isso no meu sangue, esporte é minha vida.
CBDU: Como estão as expectativas para Lucerna 2021?
AC: Eu estou nervosa, mas estou confiante, vai dar tudo certo. O importante é eu me divertir. É a minha primeira competição durante/pós pandemia, porque o Campeonato Brasileiro vai acontecer esse ano ainda, em São Paulo, na mesma data da Universíade, e eu escolhi ir para a Universíade. Eu tive índice, e topei na hora, falei “tô dentro, vamos nessa”.
CBDU: E para as pessoas que querem começar a fazer patinação no Brasil, se você pudesse dar uma dica, um conselho, qual seria? O que ela procura, o que ela precisa?
AC: A primeira coisa que eu falo é que a patinação é um esporte lindo, maravilhoso, mas difícil. De início, qualquer um – seja adulto, criança, adolescente – vai falar “meu deus, eu não vou conseguir”. Mas não, vai em frente, se você gostar; claro, que é maravilhoso, super libertador.. você voa! Quem quer pedir mais alguma coisa? Qualquer idade, qualquer peso, não importa. O importante é você se divertir e fazer um esporte que claro, vai te ajudar na saúde. Persista que você vai conseguir.
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