3150 km de distância separam Fortaleza, no Ceará, da Guiné-Bissau, país da África Ocidental. Desde 2020 no Brasil, Junho Sá Indi saiu do Nordeste brasileiro para o sul do país e, nesta etapa dos JUBs, em Curitiba, vive a experiência de participar da competição pela primeira vez.
A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab), do Ceará, foi a porta de entrada do atleta de 26 anos. A instituição é baseada nos princípios de cooperação solidária entre os povos do continente africano, principalmente com as nações que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). E foi através de um processo seletivo na Unilab, que tem a Guiné-Bissau como um dos países integrantes, que Junho aproveitou a oportunidade de conhecer o Brasil.
“Aqui é um lugar que a gente sempre sonha em conhecer. E como o país faz parte da CPLP, a gente prefere vir ao Brasil do que Portugal, por exemplo. Sempre gostei da cultura brasileira, como o carnaval, e também de jogar futebol”.
Após um ano e meio estudando na Unilab, o atleta decidiu transferir o curso para Santa Catarina e começou a estudar na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Depois de algumas tentativas, conseguiu entrar para o time de futebol, modalidade que já costumava jogar. “Sou estudante de química e sempre gostei muito dessa área. Agradeço muito ao meu professor, Santiago Nunes, que sempre me incentivava. Escolhi a UFSC porque é uma das melhores universidades para mim”.
Viver uma nova história em um novo lugar é sempre difícil, e com Junho não foi diferente. Superar o idioma, que mesmo sendo o mesmo, há uma diversidade muito grande. “Não era novidade para mim que eu iria enfrentar algumas dificuldades. Mesmo falando português, temos um outra língua dominante, que é a crioulo”.
Superando desafios diários, o atleta mostra que resiliência é a chave que abre as portas de qualquer caminho. “Eu só quero dizer que todo mundo tenha muita coragem e fé. Nada é impossível no mundo quando você quer. Estou feliz aqui e sendo recebido muito bem. Espero poder voltar para o meu país e conseguir contribuir de alguma forma”.
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