A escalada esportiva propõe o desafio de escalar subidas íngremes utilizando uma variedade de apoios para mãos e pés, de diferentes formas e tamanhos, indoor ou outdoor. De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), a primeira competição de escalada esportiva em rocha natural foi realizada em 1985, na Itália. No ano seguinte, 1986, aconteceu a primeira competição indoor, em Lyon, na França. O esporte fará sua estreia olímpica em Tóquio 2020 e contará com três modalidades: velocidade, dificuldade e bouldering – todas realizadas em paredes artificiais, no Aomi Urban Sports Venue.
Felipe Camargo, atleta profissional de escalada e único sul-americano a completar uma via com dificuldade 9b, comemora a inclusão do esporte no programa dos Jogos de Tóquio 2020: “É incrível, acho que é um sonho realizado de todos os escaladores né, ver a escalada nas Olimpíadas. É uma coisa que todo mundo sonhava, mas que a gente achava bem distante. Eu imaginei que eu não teria a chance de tentar me classificar sabe, que talvez eu só assistiria mais velho, então isso é muito legal que tenha acontecido”, afirma ele.
A disputa de velocidade posiciona dois atletas lado a lado, presos por cordas de segurança, que devem percorrer uma rota fixa em uma parede de 15 metros de altura, posicionada em um ângulo de 95 graus. As rotas de ambos os competidores são idênticas, e os tempos de vitórias costumam ficar em torno de 5 a 8 segundos. Uma largada falsa resulta em desclassificação imediata. No bolder, os atletas percorrem quantas rotas fixas conseguirem no termo determinado, em uma parede de 4,5 metros. Cada rota tem uma dificuldade e a prática prévia da escalada para reconhecimento de cada uma não é permitida. Caso um atleta caia em uma primeira tentativa, pode tentar novamente. Uma prova é considerada completa quando o escalador segura na agarra final no topo da rota com ambas as mãos.
Na modalidade dificuldade, os escaladores tentam subir o mais alto possível em uma parede com mais de 15 metros de altura em 6 minutos. Quando um atleta cai, ele não pode tentar novamente e a altura máxima que alcançou, é a que é registrada. Se dois ou mais atletas subirem toda a parede ou atingirem exatamente a mesma altura, vence o que fez mais rápido. Para evitar que os competidores obtenham vantagem observando seus adversários, cada escalador é mantido longe da parede de escalada até antes da sua vez.
Nos Jogos de Tóquio 2020, cada escalador competirá nas três modalidades, vence aquele com o melhor desempenho nos três eventos. Ao todo, serão 40 participantes – 20 homens e 20 mulheres, com um limite de dois representantes por país em cada gênero. O Brasil, assim como todos os sul-americanos, já está fora da disputa, sem nenhum atleta classificado para a competição. “A gente ainda está bem atrás dos europeus e dos asiáticos na questão de competição, na escalada em rocha nem tanto, mas na área de competição sim. Mas, agora com esse investimento que está acontecendo em virtude de a escalada ter entrado no programa olímpico, eu vejo isso mudando em um futuro bem próximo”, finaliza Felipe Camargo.