Confederação trouxe para os JUBs Jhennifer Conceição, Felipe Wu e Daiane dos Santos para mostrar a importância de conciliar as duas jornadas.
Por João Paulo Biage
O sorriso fácil na boca de Jhennifer Conceição esconde a difícil rotina da nadadora. Para chegar aos recordes brasileiros e sul-americanos dos 50m peito, a jovem atleta chegou a treinar 9 horas diárias, o que dificultava a vida acadêmica. “Eu perdia algumas aulas, chegava atrasada, mas muito porque minha prioridade era o esporte”, conta.
O cenário, porém, mudou. Hoje, a carioca concilia os treinos, na piscina e na academia, com as aulas de Biomedicina. “Hoje os clubes entendem mais essa necessidade de conciliar horários. Eu acordo cedo para ir pro treino e fico até tarde na faculdade. Dou atenção às duas coisas. Depois de Paris 2024, que é meu objetivo, eu tenho uma transição para encarar”.
Jhennifer estava em Brasília como embaixadora dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). Exemplo para os outros atletas, a nadadora – primeira mulher da modalidade a conquistar o ouro em Jogos Universitários Mundiais (antiga Universíade) – que mostrar que esporte e estudo se complementam. “A gente sabe o quanto é difícil conciliar esporte com faculdade, mas a gente vem provando que é possível alcançar o alto rendimento estudando”, opina.
A Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU) endossa as palavras de Jhennifer. Segundo o presidente da entidade, Luciano Cabral, a CBDU busca mecanismos para estimular que atletas de alto rendimento continuem estudando até obter, pelo menos, o diploma de ensino superior.
“Infelizmente, nosso país ainda tem na cabeça que estudo e esporte em alto rendimento não são compatíveis, o que não é verdade. Os países que lideram os quadros de medalha nas Olimpíadas são países em que o esporte está inserido dentro das universidades. São países que formam o cidadão e atleta, que depois volta para a sociedade com a sua profissão”, avalia Luciano.
Exemplos para outros atletas
Entre um tiro e outro, Felipe Wu empunhava sua calculadora. A ferramenta era fundamental na formação do atleta, graduado em Engenharia Aeroespacial pela Universidade Federal do ABC, em Santo André. Foi representando a instituição, tanto nas salas como nas competições, que o medalhista de prata nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, decidiu o que ia fazer da vida.
“Tive a oportunidade de participar de várias competições universitárias e foram muito importantes na minha carreira, porque eram competições de alto nível e também era o momento que eu ainda estava decidindo se teria o esporte como profissão ou não”, diz Felipe Wu, que valoriza a adoção do esporte como complemento ao estudo. “Eu entendo que a maioria que está aqui vai se formar e entrar no mercado de trabalho, mas com certeza o esporte prepara para ser melhores profissionais, mais bem preparados, melhor qualificados. É isso que o esporte universitário faz”, finaliza.
Outra atleta que brilhou em competições universitárias foi Daiane dos Santos. A ginasta disputou os Jogos Universitários Mundiais de 2001 e 2007. “Na segunda, eu já era campeã mundial, já estava com outra cabeça”, lembra a atleta, que conseguiu finalizar os estudos mesmo sendo referência mundial do esporte.
Para ela, a educação deve ser tratada como prioridade pelos atletas, já que a carreira esportiva é curta. “O esporte vai passar e é importante ter uma graduação acadêmica. Hoje, os jovens têm mais oportunidade do que tivemos e eles precisam aproveitar. A gente tem que plantar essa semente dentro dos jovens atletas e das atléticas”, analisa.
Serviço
Os Jogos Universitários Brasileiros – Brasília 2021 são uma realização da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), do Governo do Distrito Federal e da Federação de Esportes Universitários do Distrito Federal (FESU). Patrocínios JUBs Brasília 2021: Banco do Brasil e Monster Energy. Patrocínios CBDU: Kempa, Spalding, Uhlsports e Ícone. Parceria institucional: Comitê Olímpico do Brasil.
Acompanhe nossas redes sociais – Instagram, Twitter, Facebook, Tik Tok, Twitch e YouTube para não perder nenhum detalhe da programação.
