Na semana passada nós conhecemos um pouco mais sobre o esqui cross-country, uma das modalidades da Universíade de inverno Lucerna 2021 em que o Brasil vai competir. Além dela, também estaremos presentes na patinação artística e no esqui alpino – modalidade que conheceremos hoje. O esqui alpino é um dos mais tradicionais esportes de neve e está presente nos Jogos Olímpicos de Inverno desde 1936, em Garmisch-Partenkirchen (Alemanha). O esporte funciona contra o relógio, e os competidores descem uma pista enquanto devem realizar passagens obrigatórias entre marcações, chamadas de portas, que sinalizam mudanças de direção.
Disciplinas
A modalidade é dividida em quatro eventos (disciplinas), com categorias femininas e masculinas: Downhill (DH), Slalom Super Gigante (SG), Slalom Gigante (GS) e Slalom Especial (SL). As duas primeiras disciplinas são caracterizadas por apenas uma descida e compõe as “Provas de Velocidade”, uma vez que envolvem descidas íngremes nas quais os atletas podem chegar a até 150km/h.
Downhill (DH): os esquiadores descem no circuito mais longo e com as portas mais espaçadas (aprox. 60 metros). É a disciplina de maior velocidade do Ski Alpino e consiste em uma única descida realizada após o treino obrigatório em pista. Os atletas alcançam velocidades de até 150 Km/h e frequentemente realizam saltos entre de 40 e 60 metros de distância. Demanda técnica, estabilidade, resistência e velocidade.
Slalom Super Gigante (SG): assim como o DH, é uma disciplina de alta velocidade, porém com a pista um pouco menos longa. Assim, os atletas realizam o circuito entre 90 e 110 Km/h com espaçamento de aprox. 40 metros entre as portas. As demandas do SG são as mesmas do DH, porém com menos ênfase na velocidade e um pouco a mais na técnica.
Já o GS e o Slalom são consideradas disciplinas “Técnicas”, já que apresentam menor extensão da pista e menor intervalo/distância das portas, alcançando menores velocidades, mas exigindo dos esquiadores maior técnica para conseguirem passar pelas marcações obrigatórias.
Slalom Gigante (GS): diferentemente do DH e do SG, é considerada uma prova técnica por demandar dos atletas grande precisão, agilidade e potência para passarem por entre as portas espaçadas por aprox. 25 metros. Assim, a velocidade dos esquiadores varia entre 60 e 80 km/h e o resultado final é composto pela soma de duas descidas com percursos distintos.
Slalom Especial (SL): a mais técnica dentre as disciplinas que compõem o esqui alpino, o SL é composto por um circuito no qual as portas apresentam uma distância de aprox. 13 metros entre si. Com uma variação de velocidade de 40 a 50 km/h, os atletas devem demonstram altos níveis técnicos e de agilidade para conseguir uma boa performance na disciplina.
História
A criação do esporte está intimamente conectada com a história do esqui em si, cujos vestígios encontrados na Rússia apontam seu surgimento entre 8000 e 7000 A.C. Foi no século XIX que o esqui passou de um mero método de transporte para uma modalidade esportiva, tendo suas primeiras competições não militares organizadas na década de 1840, na Noruega. Desde então, o esqui alpino tem se desenvolvido e ganhado adeptos ao redor do mundo, sendo hoje uma das modalidades mais praticadas do globo terrestre. Com a criação da Federação Internacional de Ski (FIS) em 1924, o esqui alpino ganhou reconhecimento e se desenvolveu rapidamente, estabelecendo as competições mais importantes da modalidade, como o Campeonato Mundial, que teve sua primeira edição em 1931, e a Copa do Mundo, realizada a partir de 1966.
Em Universíades
As competições de esqui alpino são parte central das Universíades de inverno. Nenhum outro esporte do programa tem um número de participantes tão alto: 40 nações competiram no evento de esqui alpino na Universíade de inverno Erzurum 2011. Em Lucerna 2021 as modalidades de esqui alpino de slalom paralelo de equipe mista e slalom paralelo individual acontecerão na estação de esqui Stoos, no cantão de Schwyz, enquanto o Super-G, giant slalom e slalom serão realizados no antigo local dos Jogos Olímpicos de Inverno de St. Moritz.
*Informações: Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) e Lucerna 2021