A primeira aparição do paradesporto no calendário da CBDU aconteceu em 2016, na 64ª edição dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), em Cuiabá – MT. Na ocasião, natação e tênis de mesa integraram o programa paradesportivo. No ano seguinte, na 65ª edição da competição, em Goiânia – GO, o atletismo paradesportivo também foi incluído. Luciano Cabral, presidente da CBDU, conta que o primeiro evento contou com pouco mais de 70 participantes, enquanto que o segundo teve a presença de mais de 400 paraatletas. O sucesso e a adesão foram tão grandes, que o paradesporto também foi inserido no Jogos Universitários Pan-Americanos de 2018, o FISU America Games – que entrou para história como o primeiro evento internacional de paradesporto para universitários.
As iniciativas foram viabilizadas graças a um acordo entre CBDU e Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), responsável por gerenciar os recursos do paradesporto nacional. De acordo com a lei nº 9.615, de 24 de março 1998, 5% dos recursos destinados ao CPB deveriam ser investidos no desporto universitário em parceria com a CBDU. Porém, a medida provisória nº 841, de 11 de junho 2018, interrompeu o repasse dessa verba; o que resultou na suspensão do paradesporto nos eventos CBDU. “Após várias tentativas sem sucesso para ter acesso a recursos exclusivos do paradesporto, resolvemos ajustar nosso calendário, reduzir as ofertas, mas retomar o paradesporto universitário, custeando recursos da conta geral”, explica Luciano Cabral.
Assim, o paradesporto retorna ao cenário universitário em 2021 e integra o JUBs com 4 modalidades: atletismo, badminton, tênis de mesa e natação. A competição, que ainda conta com outras 15 modalidades esportivas, está programada para acontecer de 5 a 17 de outubro, em local a definir. “O importante é contemplar esses estudantes atletas, muitos são bolsistas e precisam dos eventos para poder estudar e praticar seu esporte. Para nós da CBDU, o importante é que sejam estudantes e atletas, apenas isso”, finaliza Luciano Cabral.
Natália Borges Xavier, coordenadora do Departamento de Paradesporto da CBDU e também paratleta, avalia que o retorno do paradesporto para o JUBs é um grande acontecimento, uma vez que, desde 2016, é uma competição muito visada e esperada pelos paratletas universitários. Para ela, é uma oportunidade desses estudantes atletas se aprimorarem, capacitarem, e desenvolverem seus objetivos e ambições, fazendo com que a passagem pela universidade seja ainda mais completa e satisfatória. “Estou confiante das possibilidades, das ferramentas, e ansiosa pela efetivação do evento! Há muito o que vir, e torço para que minha animação contagie as esperanças dos paratletas!”, reflete Naná, como prefere ser chamada.
Ela ainda declara que, enquanto coordenadora do Departamento de Paradesporto da CBDU, sua principal expectativa é ser capaz de entregar um evento memorável e acessível, que englobe a todos, mas sem esquecer das múltiplas, e particulares, necessidades da pessoa com deficiência. “A iniciativa permite a relação e convivência das pessoas com deficiências e daquelas sem deficiências, pois é um evento unificado, com o objetivo de dar uma oportunidade assemelhada, sem distinção de grupo, uma vez que a deficiência é só um detalhe. (O JUBs) é a prova de que é possível fazer um evento de tamanha relevância com a união de todos; cada um com as suas pluralidades e necessidades”, finaliza Naná.