Vida dupla: os desafios de ser atleta e estudante nos JUBs

Da rotina puxada dos treinos, para a sala de aula. É assim que os cinco mil atletas participantes dos Jogos Universitários Brasileiros 2022 encaram a jornada dupla de serem atletas e estudantes. Para se manterem ativos e com bons resultados em ambos os lados, cada um encara um desafio diário. 

Atleta de voleibol da Multivix-ES, a pedagoga Fabíola Macedo, de 53 anos, é estudante de pós-graduação em psicopedagogia institucional e tem dois filhos. Desde os 10 anos de idade ela pratica esportes. A experiência dos JUBs é mais uma etapa na vida de Fabíola, que disputa os jogos com meninas que têm a idade de sua filha, por exemplo. “Sempre é tempo de estar investindo nos estudos. Para minha área, a vivência no esporte também vai agregar na minha profissão. É uma troca de experiências entre mim e as mais novas. Eu tento passar segurança para elas e tranquilidade no momento do jogo, porque o jogo é técnico, tático e também emocional”, conta. 

Fabíola reforça que a rotina de sala de aula e treinos é possível dar certo, desde que haja um planejamento. “De manhã, sou pedagoga em uma escola estadual. À tarde, dou aulas de português, faço os treinamentos à noite durante três vezes na semana, além dos dois dias que tiro para me dedicar ao meu curso, que é EAD (à distância) e que vai colaborar muito com a minha profissão”.

Fotos: Chico Peixoto/FAPE

O estudante de medicina, Gustavo Carvalho, é atleta do tênis de mesa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ele conta que aprendeu, desde cedo, a lidar com ritmo intenso, porque sempre praticou esportes. “Eu fazia escolinha de futsal – aos oito anos entrei no tênis de mesa – e meus pais sempre deixaram claro que, para que eu possa continuar fazendo esportes, eu tenho que me dedicar nos estudos e ser um bom aluno”. 

O ano de 2020, com a chegada da pandemia, foi um período em que Gustavo aproveitou para se dedicar ao último ano do ensino médio, já que os treinos foram reduzidos. Com isso, ele conquistou o que poucos conseguem para ingressar em um curso de medicina – estudar por pouco tempo. Ele destaca que essa receita não tem um sucesso completo, porque reconhece todo o privilégio que sempre recebeu, estudando nas melhores escolas e recebendo todo o suporte necessário dos pais. “No final das contas esse senso de responsabilidade sempre foi algo muito meu e agora, principalmente, durante um curso tão puxado como a medicina, tem sido um desafio muito legal. É cansativo, mas acho que com uma boa organização, e sendo algo que você gosta, dá pra conciliar tranquilamente. Pra mim ainda pesa um outro lado, que é usar o esporte como forma de relaxar. Então ao mesmo tempo que eu estou lá, saindo da faculdade exausto, o tênis de mesa sempre me dá uma revigorada”. 

O presidente da Confederação Brasileira de Desporto Universitário (CBDU), Luciano Cabral, ressalta a importância da união entre a educação e o esporte. “A dupla carreira é, de fato, a principal bandeira e o motivo de existir o esporte universitário. Quando você pega um atleta de alto rendimento, que tem um performance acima da média, a dupla carreira é a possibilidade de o atleta melhorar a performance, ter um desempenho esportivo melhor, seja pela estrutura que a universidade dele pode oferecer, como também é a chance que ele tem de fazer um curso superior”. 

Serviço

Os Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) Brasília 2022 são realizados pela Confederação Brasileira do Desporto Universitário em parceria com a Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, e com o Governo do Distrito Federal. Patrocínio JUBs Brasília 2022: Banco do Brasil, Monster Energy, Coca-Coca sem Açúcar e Sprite. Apoio: Água La Priori. Patrocínio CBDU: Kempa, Spalding, Uhlsports e Ícone. Parceria institucional: Comitê Olímpico do Brasil.

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